sexta-feira, 25 de abril de 2014

GLOBALIZAÇÃO E O CONSUMISMO

Com a expansão do capitalismo, a sociedade abriu caminho para o consumo em massa, forte arma de acumulação de capital dentro deste sistema econômico. O modelo de consumo construído pelas sociedades modernas capitalista do chamado Primeiro Mundo, difundido como o único modelo em nível mundial, acabou se concretizando com influenciado pelas condições sócio-econômicas e culturais de seu povo.

- TEXTO: EU, ETIQUETA

Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome noco é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)


REFLETIR E ESCREVER UM COMENTÁRIO DE NO MINIMO 5 LINHAS.

ATÉ O DIA 19 DE MAIO

OS COMENTÁRIOS SÓ SERÃO PUBLICADOS APÓS A DATA DETERMINADA.

No texto nos seguintes aspectos:
A que o autor se refere no poema;
  • O que o texto tem a ver com o mundo globalizado;
  • Em que momento o autor aproxima-se de nossa realidade;
  • Quais são as afirmações mais polêmicas que o autor apresenta e que nos levam a refletir a realidade, enquanto estudantes e cidadãos.
OBS: QUEM COMENTAR COMO ANONIMO TEM QUE ESCREVER O SEU NOME PARA QUE POSSA DAR NOTA.

7 comentários:

  1. Inicialmente o poema revela integralmente os seres consumistas em que todos nós nos tornamos nesse meio contemporâneo. O autor por meio deste poema quer passar a imagem de propaganda onde o ser humano se encontra atualmente. As pessoas, com toda esse fase de consumismo vem criando um mundo diferente do que era acostumado a se ver antigamente, atualmente nós, seres humanos viemos a ser portadores de selos, marcas, propaganda sem mesmo nos darmos conta disso, anunciamos e vendemos um produto sem mesmo perceber, pois hoje em dia em cada peça usada, encontramos um nome, um logotipo ou até uma imagem, em que todos conhecem e se familiarizam. Assim nos tornamos out-Doors gratuitamente, levamos conosco a propaganda sem recebermos por isso, vendemos uma imagem sem nos darmos conta

    Alunos: Lucas Breda n°12
    Ana Carolina N° 2

    ResponderExcluir
  2. deivid ramon de godoy15 de maio de 2014 às 17:00

    O capitalismo ajudo a sociedade a abrir caminho com o consumo em massa o acumulacao de capitsl o modelo e construido pelo primeiro mundo.com o capitalismos as pessoas estao comprando as coisa simplesmente pelo vê nao pelo produto . Aluno deivid ramom de godoy e aluno wellington purfiro

    ResponderExcluir
  3. Tem muita coisa a ver com globalização, porque hoje em dia tudo que vemos está relacionado ao marketing, o tempo todo vemos etiquetas e propagandas para nos induzir ao gasto. Ele se aproxima da nossa realidade quando diz: "E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria anunciada". Ele faz afirmações que nos levam a refletir, como "Agora sou anúncio", entre outros.
    Alunas: Karine N°10 e Karla N°11

    ResponderExcluir
  4. o poema fala sobre avida de um homem e do mundo que ele vive ..... eli aproxima da nossa realidade com o geito de falar dos problemas de anuncio e sobre negar sua identidade .
    ALUNOS : Thiago milani e Luiz gabriel

    ResponderExcluir
  5. Os textos falam sobre o capitalismo que é um sistema que se basea principalmente no dinheiro fala tambem sobre o consumismo que nos compramos as coisas sem precisar e tambem nos pagamos para fazer propagandas, pois ao adquirir um produto fazemos a divulgação desse produto, da marca, da loja em fim assim possibilita outras pessoas a comprar esse deteminado produto

    ResponderExcluir
  6. Nos entendemos que as pessoas de hoje em dia, preferem ter coisas do momento como roupas celulares e etc... ou seja elas dão mais importancia aos bens materiais do que a elas mesmas .

    ResponderExcluir
  7. segundo o autor o texto tem tudo a ver com o mundo globalizado, e que hoje só se pensa em marcas de grife, não se importam em pagar preço absurdos em uma camiseta mas muitas vezer não tem denheiro para comprar um livro, um caderno ou até mesmo uma caneta. O que mais me impresionou e quando o autor diz que não lhe comcou o titulo de homem e que o chama de coisa, por que se não somos capazes de mudar essa realidade realmente somos uma coisa.
    ALUNOS : ARTHUR BASSO , MATHEUS CANDIDO.

    ResponderExcluir